
Sofia olhava atenta o álbum de quando era pequena, digo, muitíssimo pequena, porque Sofia só tem três anos. Apontou uma foto tirada no dia em que nasceu e perguntou, admirando os olhos azuis de sua mãe:
-Mamãe, quem é essa?
- É a dinda, Sofia!
- A dinda?!? (provavelmente com uma daquelas caras de interrogação incrivelmente espirituosas que só ela sabe fazer...)
-Mamãe, quem é essa?
- É a dinda, Sofia!
- A dinda?!? (provavelmente com uma daquelas caras de interrogação incrivelmente espirituosas que só ela sabe fazer...)
Achei muito engraçado o fato de ela me achar tão diferente ao ponto de nem me reconhecer. Claro que nesse caso, isso tem a ver com o corte do cabelo, o emagrece- engroda, etc e tal.
Mas aí, isso me fez parar pra pensar como eu mudei. Como eu tenho mudado e como eu quero mudar tanta coisa ainda. Às vezes tenho a impressão de que quanto mais a gente muda, mais vai vendo o quanto ainda tem pra mudar...
Ô!
“É preciso mudar muito pra ser sempre o mesmo”, já diria uma grande melhor amiga.
E é.
Ô!
“É preciso mudar muito pra ser sempre o mesmo”, já diria uma grande melhor amiga.
E é.
Mas não é fácil mudar, principalmente quando a mudança está ligada a hábitos. Demora. E muito, algumas vezes. Não é fácil mudar, porque mudar pressupõe que você vai chegar novamente ao desconhecido, ao novo, e isso, apesar de poder ser bastante excitante, assusta um bocado.
E aí vem comentários/opiniões variadas do tipo: Como você mudou! (em tom básico, averiguando que você realmente mudou); ou: Ai, como você mudou, ta tão chata, era bem mais legal antes (nesse tom aí que você leu); ou quem sabe: Tá diferente, mudou o que? Hum... não sei, mas ta bacana. (num tom de descoberta, por vezes com um sorriso) E por aí vai......
E Caio Fernando soprou agora no meu ouvido...
"Mudei muito, e não preciso que acreditem na minha mudança para que eu tenha mudado".
E é.
Não adianta... nem sua melhor amiga, nem sua família, nem seu travesseiro jamais terá a real noção de tuuuuuudo que passou dentro de você durante esse “processo”. E a gente até pode tentar falar, postar um texto sobre isso, ir na psicóloga, sei lá... mas não adianta: quando a gente muda de verdade, só a gente sabe como é.