terça-feira, dezembro 02, 2008

a menina. uma. ela. aquela.

A menina acordou e - mais uma vez - ao abrir os olhos, o pensamento que lhe veio à cabeça e o sobressalto no coração foram os mesmos. Insistentemente os mesmo. Sempre eles. Não se diluíram ainda, pensou ela. Foi então que a menina , agora sentada, percebeu que talvez eles ficassem ali por um longo tempo. Quem sabe até pra sempre. Não, pra sempre não. Disso ela tinha quase certeza.
Na janela um sol tímido que finalmente vencera a chuva. Veja só, ela pensou animada, realmente uma hora ou outra até as mais insistentes das coisas somem, dão lugar a outras. Se bem que comparar a chegada do sol com o adeus daquele pensamento recorrente não lhe parecia muito coerente. Mas quem disse que as coisas precisam sempre ter alguma coisa de entendível?
A menina então tomou um gole do seu café frio, e o cheiro desse ou talvez a própria xícara lhe fez lembrar de tempos que não vão mais voltar. De gostos e olhares que foram embora simplesmente porque eles foram vividos até a última gota. E ela até pensou em espremer ou sacudir, pra tentar tirar alguma coisa ainda, quem sabe um último pingo esquecido. Mas não sabia se tinha disposição como também vontade suficiente.
Enroscada na sua lembrança e na ânsia de alcançar a primeira estrela que passasse, a menina estagnou. Não conseguia se mexer. Nem pra trás, nem pra frente. Ela sentia fome mas não tinha vontade de comer. Ela sentia dor, mas não queria mais chorar. Ela sentia saudade, mas não compreendia de quê.
A menina queria!!
A menina queria??

3 comentários:

Mari disse...

é... o tempo passa, não volta mais e o que resta é a saudade...
dizem que muito embora ela sempre exista, um dia deixa de nos machucar...quem sabe? so vivendo para descobrir!
tudo de bom Raquel!!!
bjuus

mARINA mONTEIRO disse...

sim gente...a saudade é algo eterno isso não tem jeito mesmo...mas com o tempo ela não machuca mais - pelo menos não constantemente. Ela é carregada na mala pra todo canto, mas só em determinados momentos é que dá aquela machucadinha...e mesmo quando estamos bem e felizes...ontem mesmo deitei na cama, respirei fundo, pensei em quão produtiva estava sendo a minha vida, apesar da saudade...e nesse momento senti muita saudade de estar com os meus!!!

mas acho que não era só de saudade que falava o texto...mas de vontades....ou não....sigamos ...

Jully Fernandes disse...

nossa... talvez eu não saiba exatamente do que se trata, mas gostei muito das tuas palavras. cheguei a conclusão de que as vezes as coisas morrem na nossa vida pra dar espaço pra outras nascerem, só que como a gente insiste em se prender no passado - acho que pq é mais cômodo, conhecer gente e coisa nova dá mto trabalho! - a gente não dá espaço pro novo chegar.
pois decidi que têm algumas coisas que é melhor deixar ir. inclusive a saudade, pq a gente tbm se acostuma tanto com a saudade que chega uma hora que a gente sabe que sente, mas não sabe porquê, afinal o objeto que um dia despertou a saudade já nem faz tanta falta, resta só a saudade por teimosia e hábito. (vamos lá! todo mundo contando quantas vezes eu repeti a palavra saudade!)
enfim... talvez nada disso faça sentido em relação ao texto, mas ok!


beijoooo flor.



morrerei de inveja enquanto estiveres no rio.