
Era quarta feira quando Ana descobriu que o mundo inteiro amanhecera morto. Todos, exceto ela e seu gato Francisco, estavam falecidos.
Muito se passou pela cabeça de Ana. Ela tonteou. O gato até vomitou.
Ana achou que seria coerente chorar pela ausência repentina de sua mãe e por todos que fizeram parte de sua estranha vida. No entanto, o anseio por compreender o sucedido era maior que qualquer outro sentimento.
Francisco tentava entusiasmar Ana com lambidas de hora em hora, olhares carentes e saliva cheirando a fome. Mas ela estava sempre deitada, sem expressão alguma na face, com uma flor na mão.
Ana não buscava entender porque todos morreram, e sim, porque só restaram ela e seu gato.
Francisco não agüentou e desapareceu. Até hoje Ana não sabe se ele suicidou-se ou se simplesmente foi embora, com um pingo de esperança de encontrar num outro lugar o que não havia mais ali.
Contudo, Ana possuía apenas uma certeza: ser a única a entender, verdadeiramente, o que é solidão.
3 comentários:
eu tenho um certo medo: estamos ficando demasiadamente profundas!!!
Genteeeeee....mas como admiro esta pessoa.
Tu estás se revelando uma escritora!
Será a influência do outro boi! hahaha
ADORO.
continues que serás mui grande, dizem que é na prática que aprofundamos nossos dons.
Bjicos
sim...recebo tuas energias com carinho e amor....precisando muito!
Gostei do texto!!!
Curto, grosse o delicado ao mesmo tempo!
bjuuus
Postar um comentário